Cabelo branco;

Ele tem olhar caramelo de anjo. Um sorriso banguela que faz, até o coração mais sério e duro, se derreter num sorriso de volta. E detalhe, com uma timidez ao fim do sorriso que faz com que minhas amigas encha-o de elogios ao ver toda sua serenidade. Pouco cabelo, é fato, mas uma cabeçinha redondinha de cearense mais cheirosa que ninguém já viu. Suas dobrinhas iluminam a rua ao tomar banho de sol só de fraldinha pela manhã. Se estamos num local silencioso, como aguardando ser chamados pra entrar na sala do pediatra, são os gritinhos dele que quebram todo àquele desconfortante silêncio. As enfermeiras babam, os avós babam, a titia e os titios babam, os padrinhos babam, o papai é eternamente baba. A mamãe nem se fala.

Mas, e o que os outros não vêem?

Que agora o meu calminho é um espoleta. Não para um minuto sentado, só quer ficar em pé. Que quando vou dar banho é uma luta pra deixá-lo sentado na banheira, ele, quer-ficar-em-pé. Deitar 5 minutos na cama da mamãe?! Passado. Ou fica sentado apoiado e arrudiado de trocentos brinquedos ou... em pé, com a mamãe segurando. No meu colo, não posso sentar, ele se mexe e remexe até eu levantar. Pra trocá-lo?! Jesus, tá difícil viu, invento mil coisas pra ele me deixar, no mínimo, passar pomada. rsrsrsrs. Mordedor não distrai mais ele. Ele quer, ou papel de bula de remédio ou caixa de remédio, ou controle da televisão, ou tubo de hipoglós, e assim vai...

É por isso que eu sempre falo:
...e daqui a 1 ano eu te amo 365 dias a mais do que já amo hoje.

Mas, com muito mais, cabelo branco.